QUESTÕES DO ENCONTRO
Problematização
O grupo TELAA está organizando seu terceiro encontro interdisciplinar internacional centrado na presença de telas na cultura contemporânea. Depois de uma primeira edição em 2016, a edição do ano passado incidiu sobre a temporalidade das telas, e abordamos neste ano a questão política das telas: na verdade, a política contemporânea passa quase exclusivamente pelas telas, mas esse é, também, e cada vez mais, o caso da cultura. Daí sucedem confrontações essenciais para todos nós, sejamos acadêmicos, artistas, intelectuais, jornalistas, etc.
Nada escapa às telas. Canais de televisão com bases digitais fornecidas pelo YouTube, encontradas no Facebook ou envias pelo Twitter ou Snapchat, o poder das telas é uma verdadeira soberania. A utopia de transparência coexiste lado a lado com a alucinação, que mostra a cada um aquilo que ele quer ver. A autossugestão substitui a janela sobre o real e deixa sem atitude frente a esta submersão. A cena política parece ter se tornado uma telenovela, a qual assistimos aos episódios sem intervir. Perguntamo-nos se criadores e atores engajados podem usar das telas para desmistificar e frustrar o fascínio acrítico que as rodeia. Daí as nossas questões aos diversos grupos de trabalho, a partir de perspectivas conceituais transversais comuns que fundam a comunidade ‘tela’ : a interatividade (a especificidade de cada suporte); o olhar (a hermenêutica e as questões de interpretação/identidade do espectador); a realidade (o referente visado pelo suporte); as referências (os códigos culturais que permitem a interpretação) e as transformações (a tecnologia e a sociologia dos usos).
GT 1 - Fotografia, pintura, HQ, desenho
1/ O fantasma da onipresença, a superficialidade e o voyeurismo exibidos pelas telas rompem com as narrativas compartilhadas que orientam desde sempre a educação e a cultura. E, ao mesmo tempo, é essencial educar-se através das telas. Suas obras têm vocação para formar seu público?
2/ Reter os espectadores e condicionar sua navegação é o propósito dos produtores de conteúdo. Como pensar, apesar de tudo, uma ética das telas que promova o pensamento crítico? Podemos apoiar-nos nas telas para conceber uma educação cidadã?
3/ Em que a imagem fixa e o desenho são recursos neste mundo da velocidade?
GT 2 - Artes urbanas, arquitetura, teatro e performance
1/ Desde a Renascença, a assinatura marca a consagração da figura do artista e do escritor. Mais do que nunca, a personalidade dos artistas participa da obra e garante sua intenção. A identidade criativa assumida permitiria atuar mais diretamente na sociedade ou seria, sobretudo, uma postura imposta pela mediatização contemporânea?
2/ No mundo das telas, o furo midiático mundial eclipsa a mobilização local, ao mesmo tempo em que as questões pessoais se substituem aos problemas comuns. Essas desrealizações anulam as mobilizações indispensáveis. Como podem as intervenções urbanas contrariar esse desaparecimento de povo democrático?
3/ A performance artística permanece um desafio estimulante quando cada um implementa sua própria mise en scène ? O que é ser ator hoje? Devemos chocar para sermos compreendidos?
GT 3 - Cinema e Literatura
1/ O domínio contemporâneo das telas sobre as mentes reforça a dimensão plebiscitária da política e cega frente às injustiças. O cinema e a literatura tratam adequadamente desta questão? São as criações culturais cúmplices dos poderes que dominam as telas?
2/ O compartilhamento viral de documentos e de links dão um lugar exagerado às informações sensacionalistas e simplificadoras? Qual é a força do mimetismo dos comportamentos e atitudes nos públicos atuais da cultura escrita e visual?
3/ O patrimônio literário e fílmico é ainda mobilizado pelos criadores? Quais seriam ‘os clássicos’ para o nosso tempo?
GT 4 - Narrativas de mídias eletrônicas
(TV, vídeo, revista digital, videogame, filmes publicitários, redes sociais, blogs e smartphones)
1/ A abertura dos smartphones a uma infinidade de serviços é acompanhada por uma filtragem rígida baseada em algoritmos. Pode-se pensar que recebemos documentos e publicidade por um fenômeno de autossugestão e que vivemos em mundos virtuais. Que novas dimensões permitem essas práticas?
2/ A segmentação da clientela pelos algoritmos e pela publicidade serve como modelo para as criações em tela? O Individualismo consumista serve de referência? Somos vítimas de comportamentos estereotipados que se reproduzem à medida que os memes se propagam de tela em tela?
3/ A dimensão iniciática tradicionalmente associada às explorações culturais-espirituais se mantém com o uso das telas? É possível constatar uma crescente diversificação das escolhas individuais? Nossos comportamentos são ditados pelas grandes mídias e redes sociais?
1/ O fantasma da onipresença, a superficialidade e o voyeurismo exibidos pelas telas rompem com as narrativas compartilhadas que orientam desde sempre a educação e a cultura. E, ao mesmo tempo, é essencial educar-se através das telas. Suas obras têm vocação para formar seu público?
2/ Reter os espectadores e condicionar sua navegação é o propósito dos produtores de conteúdo. Como pensar, apesar de tudo, uma ética das telas que promova o pensamento crítico? Podemos apoiar-nos nas telas para conceber uma educação cidadã?
3/ Em que a imagem fixa e o desenho são recursos neste mundo da velocidade?
GT 2 - Artes urbanas, arquitetura, teatro e performance
1/ Desde a Renascença, a assinatura marca a consagração da figura do artista e do escritor. Mais do que nunca, a personalidade dos artistas participa da obra e garante sua intenção. A identidade criativa assumida permitiria atuar mais diretamente na sociedade ou seria, sobretudo, uma postura imposta pela mediatização contemporânea?
2/ No mundo das telas, o furo midiático mundial eclipsa a mobilização local, ao mesmo tempo em que as questões pessoais se substituem aos problemas comuns. Essas desrealizações anulam as mobilizações indispensáveis. Como podem as intervenções urbanas contrariar esse desaparecimento de povo democrático?
3/ A performance artística permanece um desafio estimulante quando cada um implementa sua própria mise en scène ? O que é ser ator hoje? Devemos chocar para sermos compreendidos?
GT 3 - Cinema e Literatura
1/ O domínio contemporâneo das telas sobre as mentes reforça a dimensão plebiscitária da política e cega frente às injustiças. O cinema e a literatura tratam adequadamente desta questão? São as criações culturais cúmplices dos poderes que dominam as telas?
2/ O compartilhamento viral de documentos e de links dão um lugar exagerado às informações sensacionalistas e simplificadoras? Qual é a força do mimetismo dos comportamentos e atitudes nos públicos atuais da cultura escrita e visual?
3/ O patrimônio literário e fílmico é ainda mobilizado pelos criadores? Quais seriam ‘os clássicos’ para o nosso tempo?
GT 4 - Narrativas de mídias eletrônicas
(TV, vídeo, revista digital, videogame, filmes publicitários, redes sociais, blogs e smartphones)
1/ A abertura dos smartphones a uma infinidade de serviços é acompanhada por uma filtragem rígida baseada em algoritmos. Pode-se pensar que recebemos documentos e publicidade por um fenômeno de autossugestão e que vivemos em mundos virtuais. Que novas dimensões permitem essas práticas?
2/ A segmentação da clientela pelos algoritmos e pela publicidade serve como modelo para as criações em tela? O Individualismo consumista serve de referência? Somos vítimas de comportamentos estereotipados que se reproduzem à medida que os memes se propagam de tela em tela?
3/ A dimensão iniciática tradicionalmente associada às explorações culturais-espirituais se mantém com o uso das telas? É possível constatar uma crescente diversificação das escolhas individuais? Nossos comportamentos são ditados pelas grandes mídias e redes sociais?